domingo, 28 de abril de 2013

O triste fim de uma dama de ferro.

A número 1
Durante anos, ela foi a toda poderosa da região Jundiaí-Campinas. Sem reclamar, desbravava o interior paulista com suas toneladas de ferro, carvão e altas temperaturas. Levava de tudo: pessoas, malas, cargas diversas enfim, não tinha tempo para reclamar de nada. Seu trabalho era parar, carregar, apitar e partir.

Com o passar dos anos e com a chegada da energia elétrica, aos poucos ela foi sendo vencida pelo tempo. Ficou velha, ultrapassada, resmungona e de difícil trato. Se bem cuidada, poderia estar até hoje levando os filhos e netos daqueles primeiros viajantes que nela embarcaram. Mas, não.

Seu destino foi semelhante à muitos velhos humanos. Hoje ela presa em alguns metros de trilhos. Corroída pela ferrugem e pelo mal trato. Ninguém mais a visita ou a admira. Passou a ser um monte de ferro velho, que ninguém mais quer ver, tocar ou viajar.

A dama de ferro está num galpão com o teto esburacado, ao lado do Museu da Ferrovia de Jundiaí. Uma triste contradição: estar escondida e abandonada ao lado de um prédio que conta justamente a sua história.

A chuva, o sol e o tempo complementam o trabalho iniciado pelos homens há anos. Mesmo assim, teimosa, ela insiste em se manter imponente e preparada. É apenas um monte de ferro mas, se ela tivesse vida, talvez pedisse mais uma chance para mostrar que pode ser útil. Pelo menos uma última vez.

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